Contracartografias
Fenômenos como a urbanização extensiva, a expansão das fronteiras extrativistas e conflitos violentos levaram a transformações urbanas significativas, sendo a desterritorialização uma característica desse impacto. Isso é evidente nos estados brasileiros do Pará e Minas Gerais, onde o deslocamento e a migração rural-urbana associadas à mineração, agronegócio, extrativismo e desenvolvimento de infraestrutura remodelaram drasticamente territórios e identidades. Tais processos afetam particularmente os povos tradicionais, termo usado aqui para se referir aos povos indígenas, caboclos (pessoas de ascendência mista), quilombolas (descendentes de escravos afro-brasileiros) e ribeirinhos (comunidades fluviais). Os povos tradicionais, no entanto, não são de forma alguma vítimas passivas, mas desafiam o deslocamento e promovem suas próprias alternativas de desenvolvimento urbano sustentável.
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Este projeto compara como os povos tradicionais do Pará e Minas Gerais formam, imaginam e gerenciam de forma colaborativa o espaço urbano. Ao fazê-lo, gera novos entendimentos sobre concepções inovadoras para intervenções urbanas sustentáveis.
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No Pará, foram trabalhadas as seguintes comunidades:
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Território Quilombola do Abacatal
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Territórios de Reforma Agrária na Ilha de Mosqueiro
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Comunidade ribeirinha e quilombola na Ilha do Maracujá
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Territórios de Alter do Chão e Projeto de Assentamento Agroextrativista, ambos em Santarém
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Indígenas estudantes no bairro do Guamá
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A partir das pesquisas exploratórias foram produzidos diversos materiais, destinados ao âmbito acadêmico (principalmente em forma de artigos), mas também com objetivos de retorno à sociedade e às comunidades estudadas, com produções lúdicas, didáticas e interativas disponíveis abaixo.
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